quinta-feira, 11 de março de 2010

Ligar o tapete aos empresários estabelecidos

No estábulo do costume, O Jumento deixou uma posta pertinente. Se não me engano, foi a primeira vez que vi alguém apontar o dedo a um assunto que me merece reflexão. Diz-nos o jumento: "as fortes assimetrias na distribuição do rendimento não só torna os nossos empresários preguiçosos como gera excedentes suficientes para alimentar uma classe de proxenetas que dominam a sociedade portuguesa através dos sindicatos das corporações do Estado, do jornalismo e de uma boa parte da classe política."

Não é qualquer comenteiro ou apparatchik do sistema que vai aparecer nos cantos do costume a apontar o dedo aos luxos e ócios dos empresários, especialmente dos estabelecidos. Mais vale esperar sentado.

Não se enganem, isto não é o discurso do papão comunista. Qualquer bom liberal económico percebe que em Portugal faltam estímulos para os empresários subirem na escala de valor, ie, produzir mais valor com as mesmas ou menos matérias-primas. Na face externa, faz-se apenas de três maneiras, rápida incorporação e actualização tecnológica (mais eficiência), melhor design para melhor servir as modas dos mercados externos (mais bonito) e melhor intervenção comercial (saber vender). Ao nível interno é varrer os empecilhos à concorrência (feudo dos falados proxenetas..) - mas em todo o mercado e não só com a privatização dos apetecíveis monopólios naturais.

Desde há várias décadas que, vá lá.., se tem tentado a via positiva. Se calhar é altura de ligar o tapete debaixo dos pés dos empresários estabelecidos. Uma outra vantagem seria reduzir o tempo que estes têm para adquirir produtos de luxo, fabricados noutros países, e para passarem férias noutros países.

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