sexta-feira, 20 de junho de 2008

Aí e tal, as gasolineiras querem cobrar uma taxa pelos pagamentos com cartão

Ando aqui com uma pulga na orelha que me diz que O Sistema me anda a arrombar a porta de saída. Agarra aí na pontinha da meada e anda comigo.

Os comerciantes têm que pagar todos os seus custos. E - se assumirmos uma concorrência adequada - têm pouco controlo sobre o preço dos seus produtos.

Parece razoável dizer que aumentando um custo ao comerciante, ele acabará por o fazer reflectir no preço que cobra aos clientes.

Noutro factor: se um comerciante for obrigado a aceitar pagamentos quer em dólares e quer em euros, uma venda de 1.00€, a ser paga em dólares teria que ser feita por $1.58 (dólares).

Mas, por hipótese: e se o comerciante tiver que cobrar o mesmo numerário, quer em dólares, quer em euros? Seria de esperar que a larga maioria dos clientes pagassem $1.00 (dólares) *.

- O que é que os comerciantes teriam que fazer para compensar isso?

Subir o numerário.

Humm..

Para o comerciante isto é o que acontece com a existência de várias formas de pagamento: em dinheiro, por cheque, por cartão de débito, por cartão de crédito, etc..

Por tradição, cabe ao comerciante suportar os custos das várias formas de pagamento e oferecer ao cliente Um preço. É mais fácil vender se na mesma loja houver um preço por cada produto.


Em Portugal o comerciante está impedido (por via de lei) de fazer reflectir individualmente sobre o consumidor o custo da transacção.

Pergunto: - porque há-de ser obrigatório? - Porque é que está escrito?


- O que é mais importante para o comerciante: a forma de pagamento ou a venda?


- Quem é que decide a forma de pagamento a usar?


- Há concorrência entre as formas de pagamento?


- Quem é que faz concorrência entre as formas de pagamento?


- Como é que os bancos ganham dinheiro com os cartões de crédito/débito?


- Como é que dá margem que chegue para devolver aos utilizadores 2-3% das despesas em compras?


- Quem paga estas taxas de utilizar o cartão?

terça-feira, 10 de junho de 2008

Sócrates, o combustível

Os combustíveis e a inacção foram o rastilho da implosão Guterres.
Curiosamente Guterres não errou ao agir sobre a alta dos preços dos combustíveis. Errou ao prever as consequências do caminho que escolheu.

Sócrates não quer mexer nesta merda que é o preço dos combustíveis - tem medo que cheire mal - mas... ...já cheira mal, só os narizes habituados é que se aguentam.

Quanto mais esperar maior será o ónus de escolher fazer alguma coisa. Cada vez mais serão visíveis as consequências da falta de acção. E cada vez mais será difícil aceitar a mudança.
É um beco sem saída! Um erro.

Há expressões, sínteses, frases que, pela forma, pelo conteúdo ou pela origem, evidenciam o modo de estar de uma sociedade. Dizia, há dias, um camionista, sobre os impostos do combustível: "Governar assim é fácil.".

Governar assim é fácil. ...

O preço dos combustíveis é função de vários factores. Não depende apenas do preço do petróleo e do imposto sobre os combustíveis. São os factores de maior peso.

Porque não é possível baixar já o imposto sobre os combustíveis?
Com o aumento do preço dos combustíveis, os custos suportados pelo do estado também aumentam, mas aumentam menos - não estou a ver o governo a aumentar os salários dos FP; é nessa proporção que o imposto pode ser abatido.

É possível baixar impostos aos consumidores finais ?
Ainda muita gente se lembra quem está a lucrar com o abatimento do IVA para os ginásios. Ou a descida o imposto automóvel (que, comprovadamente, foi comido pelo vendedores)

Porque não se pode acabar com o oligopólio?
Os revendedores parecem ser os mais indicados para pressionar a descida de preços. Ainda não entendi porque é que não é dada razão à ANAREC - o que é que os portugueses ganham com isso?

Porque não tornar obrigatória a publicação dos preços dos combustíveis em local acessível aos consumidores?
A iniciativa do site maisgasolina.com é excelente mas tem limitações de velocidade de actualização dos preços. Não parece difícil tornar obrigatória a publicação de preços por posto de venda.
E que se passa com os painéis nas autoestradas que nunca mais foram em frente?

Parece pouco... mas é alguma coisa. E politicamente, estas acções podiam ser embrulhadas num papel de várias cores. Ao fim e ao cabo as intenções também contam.