quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Carl Rove, Palin e Bush na campanha em Portugal

Confesso que me assusta ver um balanço tão negativo na balança comercial de estratégias eleitorais. Assusta-me esta adesão voluntária um estilo de campanha baseado em emoções primárias. Sentir em vez de Pensar.

A importação começou com o Sócrates a usar o estilo Hillary Clinton: a encostar os adversários á parede, acusando a enfabulação onde "só a direita sabe decidir e fazer".
Ofendidos, seguiu-se a resposta com acusações de arrogância e com o swift-boating sem marés nem tempestades. Passamos à fase da dissonância onde qualquer numero pode ser convertido numa flecha politica, independentemente dos factos e da realidade. Vivemos a fase da mentira, da ocultação de factos óbvios e do apelo á decisão baseada em sentimentos primários. Não há necessidade de pensar, não há necessidade de ponderar, não há necessidade de negociar nem de reconhecer a humanidade dos outros; não há mais factos, não há mais realidade, não há mais dúvidas; há certezas; só há bons e maus; só há a penitência e o medo.

Todos os meios justificam o fim.

Até onde queremos ir?

Quais são os custos desta atitude?

Quem ganha e quem perde?

E daqui a 10 anos?

 

UPDATE: As declarações de Paulo Rangel sobre a ética são brutais.
De tão óbvio parece ridículo defender a ética; mas o momento está aí.

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