quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A morte da Regionalização

Não andava à procura de motivos para ser contra a regionalização. Nos últimos dias cruzei-me, no JN, com uma notícia sobre a regionalização. O título é arrepiante: Autarcas à espera de fazer carreira na regionalização. Versa sobre um estudo, uma opinião, de um académico que dedicou tempo à Regionalização. O argumento é de uma clareza cortante. E a ser assim voto contra, por muito bonita que pareça.

É verdade, sempre foi o tendão de Aquiles - mais tachos, mais caciquismo. Mas sempre vi com agrado a aproximação aos eleitores, num principio de dividir para reinar. Há uma independência que tem ser conquistada ao poder central. Até porque cada vez mais acho que o poder central deve dedicar-se à defesa da democracia para além das eleições e das maiorias.

Agora, a perspectiva de ver as regiões tomadas pelas mesmas personagens de sempre, carregadas dos hábitos de sempre, a constituir, à nascença, uma cultura baseada nos piores exemplos de renovação e alternância democrática.. assusta-me.

A página da wikipédia portuguesa sobre a regionalização mostra o que me parece um bom resumo do que tem sido o debate sobre a regionalização em Portugal. Pode até ver-se as condições (empecilhos) constitucionais introduzidas na revisão de 1997. Destaco o papel de MRS no estado actual da regionalização.

Tão ou mais importante que as fronteiras regionais é o caminho que se vai tomar até ao referendo. Na década de 90, o caminho escolhido era o correcto mas o marketing usado não resistiu. Primeiro debateram-se as competências, depois vieram as maiorias relativas; o povo nunca chegou a querer saber.

2 comentários:

commonsense disse...

Na minha modesta opinião, a regionalização, em Portugal, está feita e bem feita: Continente, Madeira e Açores.
Além disso, são úteis as associações e federações de municípios em volta de interesses comuns.
Mas, por favos, não criem mais um patamar de corrupção e de complicação, e mais um estrato de empregos políticos. Portugal não aguenta mais.

Francisco disse...

É verdade que a regionalização é uma ferramenta. E se não sabemos usar as que temos agora é legitimo suspeitar..
Mas continuo a achar que o Algarve tem vontade e condições mais que suficientes para uma regionalização ao estilo da Madeira e Açores. E merecem-na por isso.
No norte e no centro já tinha receios. Agora tenho mais.

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