segunda-feira, 26 de abril de 2010
Cabala 2.0
Abusos de crianças causam abandono maciço da Igreja
- p'lo DN.
domingo, 18 de abril de 2010
A Igreja e o escândalo
O que distingue este de tantos outros escândalos de pedofilia não é a pedofilia. O escandaloso é que o clero foi o último a perceber que as vítimas, e a justiça que merecem, são o mais importante a proteger.
A igreja, por aqueles que intermedeiam a fé, não percebeu o óbvio: o bem estar das vítimas e a justiça têm prioridade sobre todos as outras escolhas. Quer no acordo tácito (e constitucional) com que alegadamente convive entre as outras crenças, quer pelas próprias premissas da moral religiosa que evangeliza.
Colocada entre a escolha de perdoar os abusadores e proteger as vítimas a igreja escolheu perdoar os abusadores e empurrar as vítimas a mostrar a outra face.
Demasiadas pessoas, parcialmente definidas, que foram nomeadas intermediários de fé e representantes da hierarquia da igreja, tomaram como objectivo principal proteger a imagem e autoridade do clero. Essas pessoas são, pura e simplesmente, cúmplices. E isto é o que de escandaloso há nesta lamentável história.
Mas é verdade que escândalo toca várias outras facetas. Por um lado temos a protecção excessiva da imagem e da autoridade da igreja tomando-a como mais importante que tudo o resto. Por outro, é visível a falta de respeito e a intolerância pelas regras e escolhas das sociedades que integra o que recalca sobre a leviandade com que aceita (e promove) uma ditadura sobre as escolhas dos que não têm a mesma crença. E é ainda reveladora a estratégia tomada para gerir os danos, desde o simples apelo à paranóia da cabala negando a priori a ouvir aquilo que lhe estão a dizer, passando pelo diversificar de alvos para distrair a discussão, e acabando no entrincheiramento de argumentos, falando um dia para os fundamentalistas para no outro soltar uma quaisquer distracção.
É um exagero e facciosismo da minha parte...