domingo, 24 de maio de 2009

Itália : estes sintomas têm doença?

Recordo-me de, há algum tempo, falar de degradação voluntária da democracia. Um tema bem interessante explorado de forma curiosa numa sátira de Tim Burton, idiocracy. Leva-me a divagar sobre a falta de opções de (liderança) politica, uma espécie de síndroma da assembleia de Estocolmo.

Itália é um caso especial. Em poucos países democráticos e desenvolvidos se tem visto tanta regressão politica e social. Outros poderão contrapor o Reino Unido, os EUA e a Austrália - a Venezuela e a Bolívia não me parecem ser casos de regressão.. parecem-me casos de mudança horizontal - um "sai da frigideira e cai no fogo".

Ora Itália está a tornar-se num peculiar parque temático:

  • catalogação com base na etnicidade, incluindo o registo de crianças numa idade muito mais precoce que a requerida para as crianças da norma
  • proibição de ajuntamentos na via pública de mais que 5 pessoas numa cidade italiana
  • leis mudadas por encomenda com efeitos retroactivos para safar o politico mor
  • utilização de milhares de soldados para policiamento. Em cidades com indicadores de segurança normais na Europa
  • criminalização da imigração ilegal
  • enquadramento legal para a criação de milícias de cidadãos.

Há um nome que vem à cabeça de toda a gente, ainda não escrevi. É propositado.
Em democracia tudo parte de uma massa critica de pessoas e em Itália há uma massa critica de italianos que não só se tornou sustentável e significativa como adquiriu dimensão para poder segurar nas rédeas do país.

O que vem a seguir? O que será suficiente para identificar a doença? Vai ser a tempo da prevenção ou já só vai lá pela cura?

Quando é que haverá uma massa critica de pessoas para as quais esta vai ser a principal questão politica? Mais importante que as horas de trabalho ou que a flexibilidade do despedimento, ou a privatização da saúde, ou ainda que a eutanásia ou o casamento de homossexuais ou até que o comercio externo. Essas pessoas conseguem juntar-se sem apelos públicos às massas?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A dissonância da tortura no PSD

No 4R, Salvador Massano Cardoso começava por dizer "Torturar é um ato eminentemente humano." para acabar a perguntar "O que leva algumas pessoas, a pretexto da religião, praticar crimes contra a humanidade e a aceitar práticas proibidas pelos códigos religiosos?". De facto é uma pergunta valiosa. Tem zero comentários no 4R.

Também seria interessante saber porque é que algumas pessoas escolhem desculpabilizar a tortura.

Há três meses no mesmo 4R havia um festim. Um festim de comentários jocosos à insistência de Ana Gomes sobre os voos da CIA.
No mesmo blog JM Ferreira de Almeida aponta as palavras asco e náusea para os que insistem em conhecer o envolvimento de Portugal no programa de tortura; já para a tortura em si chega a prosa de uma comissão da ordem dos advogados.

Ontem Maria João Marques falava em tortura com o "respeito possível pela saúde" dos detidos. Antes tinham sido no Cachimbo de Magritte e também no insurgente, entre as ondas de multiplicação que dai saíram.

Ainda há relativamente pouco tempo podíamos ver Arnaut, como representante do PSD, na convenção do partido republicano, a tirar o chapéu aos 8 anos W. Bush.

É claro que ainda ninguém esqueceu Durão Barroso, no papel de mordomo da cimeira da invasão do Iraque. Escolheu fazer de conta que ninguém sabia de nada.

Na prisão dos EUA de Guantanamo houve prisioneiros não julgados que foram torturados 183 vezes num mês. Outros foram torturados mais de 80 vezes no período de um mês.

183 vezes por mês. 6 vezes por dia.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dinheiro vivo? Porreiro pá!

As empresas têm, e muito bem, que fazer passar por uma conta bancária todas as movimentações de dinheiro com terceiros. Os idosos têm que ter uma conta para receber a pensão. Os partidos não, em portugal.

Em Portugal.

LINK: Paixão da Leitura "desplante"
LINK: Palavrossavrvs Rex "erro, escândalo"
LINK: Movv.org "mais 60 vezes do que a lei anterior"
LINK: Democracia em Portugal "máfia oligárquica"
LINK: O Cachimbo de Magritte "bloco total"
LINK: Abrupto "absolutamente inadmissível"
LINK: Público "Partidos podem receber mais de um milhão de euros em dinheiro vivo"
LINK: Público "em surdina"
LINK: Tomar partido "um sinal de empenhamento no combate à corrupção"
LINK: Câmara de Comuns "impecável"